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Startups do setor de saúde crescem na pandemia e miram consolidação.

Publicado originalmente em noomis.febraban.org.br em 05/01/2021 por Guilherme Borini.




O incomum ano de 2020, com uma pandemia que trouxe crises sanitária e econômica sem precedentes, mostrou a importância do trabalho do setor da saúde e da ciência para o mundo. Mas isso não vale apenas para grandes hospitais, famosos centros de pesquisa e laboratórios de alta tecnologia. Quem também tem dado sua contribuição nesse momento desafiador são as healthtechs, as startups do setor da saúde, com tecnologias de ponta e soluções mais simples para auxiliar a desafogar a demanda no sistema de saúde e, sobretudo, salvar vidas. Na esteira da pandemia, elas ganharam espaço, bateram recordes e agora querem mostrar que chegaram para ficar.


A ampliação dos serviços médicos, evidenciada pelas lacunas no setor da saúde no país, resultou em um crescimento expressivo para as healthtechs. Segundo o estudo HealthTech Report 2020, realizado pela consultoria Distrito, o número de startups no setor da saúde cresceu 118% no Brasil e passou de 248 para 542 entre 2018 e 2020.


Para o sócio-diretor líder de Healthcare da consultoria KPMG no Brasil, Daniel Greca, a pandemia catalisou o que o setor de saúde vinha falando e conversando apenas em "apresentações de Power Point, com uma discussão romântica e com pouca tração do ponto de vista prático".


Greca comenta que o ano de 2020 foi de quebra de barreiras, não só do ponto de vista regulatório, mas sobretudo em modelos mentais, que foram quebrados para o setor se conectar de vez com a inovação, embora a pandemia tenha custado muito para a saúde e para a economia, ponderou o executivo.


Em relatórios e estudos, a área de saúde é uma das citadas com maior potencial para o surgimento de unicórnios, as startups de capital fechado são avaliadas em pelo menos US$ 1 bilhão. Por isso, investidores e grandes empresas estão de olho nas healthtechs.


Um dos desafios para o setor avançar em inovação, para Greca, é a resistência. Isso porque é um setor mais difícil e complexo para implementar inovações diante de um número grande de stakeholders [as partes interessadas]. "Para a solução encaixar com todos os stakeholders, é muita gente para você conhecer, pensar."


O executivo reforça que o espaço para a inovação ainda é muito grande e o setor precisa disso. "Da forma que está não se sustenta. Tem vários pontos de ineficiência."




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